Mulheres e a Previdência Social
O
direito das mulheres ao trabalho é uma conquista fundamental da sociedade
moderna. Ao longo das últimas décadas, as mulheres têm lutado e conquistado
mais espaço no mercado de trabalho, enfrentando barreiras históricas, pois
sempre foram relegadas a papéis domésticos e subalternos.
Ao
impedir que uma mulher trabalhe, o homem está, em muitos casos, criando uma
situação de dependência econômica, na qual a mulher não tem meios próprios para
se sustentar. Essa dependência é uma das formas mais poderosas de controle,
tornando a mulher vulnerável a situações de abusos. Estes abusos não são apenas
emocionais, físicos ou até mesmo sexuais: eles também impactam no planejamento
previdenciário.
Na
atividade cotidiana da advocacia, me deparo constantemente com estas mulheres
que se apresentam em situação de vulnerabilidade, justamente porque não tiveram
a oportunidade de contribuir para a Previdência Social. A consequência lógica
disso é a desproteção previdenciária, o que comumente ocorre na melhor idade,
fase da vida em que deveriam viver na plenitude.
Muitas
são as histórias de vida que indicam uma tênue relação entre a desigualdade de
gênero e desproteção previdenciária. Não informo dados, mas transmito
percepções dentro do contexto da minha atividade na advocacia, que é bastante
intensa com este contingente populacional.
A
falta de contribuições para o INSS compromete o acesso a direitos e
sobrecarrega o sistema de assistência social, tão lembrado em tempos de ajuste
fiscal. Por isso, a criação de políticas de Educação Previdenciária, mais do
que nunca, é hoje uma medida necessária, principalmente para categorias
estruturalmente excluídas do sistema, como é o caso das mulheres.
Vivemos
numa fase de elevada desconfiança nas instituições, o que fomenta uma falsa
crença de que o INSS não atende de forma eficaz às necessidades da população.
Este ambiente de frustração não condiz com a realidade, e os números do INSS
mostram isso, atendendo a diferentes perfis da população, incluindo
trabalhadores, pessoas com deficiência, idosos e familiares de segurados
falecidos. Por estas e por muitas outras razões, defender a Educação
Previdenciária é algo necessário.
Alexandre
Triches
Advogado
especialista em Direito Previdenciário
https://schumachertriches.com.br/
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